CRIANÇAS VERDES DE WOOLPIT
Numa tarde sombria do mês de agosto, no Povoado de Woolpit, em Suffolk (Inglaterra), os camponeses estavam trabalhando no campo de colheita quando duas crianças misteriosamente apareceram. Um menino e uma menina emergiram de uma vala profunda, que havia sido feita como armadilha para caçar lobos.
O menino e a menina tinham a pele e cabelo da cor verde. As crianças eram do mesmo tom das folhas das arvores e suas roupas eram feitas de um tecido desconhecido e falavam em uma língua desconhecida .
Os camponeses os levaram para a aldeia, algumas mulheres tentaram lavar a pele e o cabelo das crianças para tirar a cor verde, mas em pouco tempo descobriram que não se tratava de nenhuma pintura, e sim de sua verdadeira pigmentação.
Algum tempo depois, as crianças começaram a demonstrar sinais de desespero, choravam e recusavam os alimentos que eram oferecidos pelas pessoas locais.Como não conseguiam entender as crianças, os moradores resolveram leva-las para a casa do dono das terras.
Segundo os cronistas da época William de Newburgh e Ralph, abade de Coggeshall, os dois foram levados para o dono do feudo, Sir Richard de Calne. Ali descobriram que as crianças não falavam inglês nem nada que se podia reconhecer. Elas se comunicavam em uma língua inteiramente desconhecida. Eles perceberam que as crianças tinham fome, então sir Richard, durante cinco dias foram a eles oferecidos diversos alimentos, no entanto as crianças não comiam nenhuma das refeiçoes dadas a elas. Os dois estavam tristes e choravam dia após dia. Até que um aldeão trouxe uma rodada de grãos colhidos, recentemente por seus filhos, e as crianças então se interessaram por feijões verdes. Incrivelmente, os dois sobreviveram apenas comendo feijões verdes durante muitos meses. Com o passar do tempo, aos poucos, as crianças foram se acostumando com sua nova alimentação .
Ao ser batizados,a menina tomou o nome de Agnes Barre o do menino já se encontrava debilitado e logo em seguida faleceu. A menina adaptou-se melhor a sua nova situação e sobreviveu. A cor verde de sua pele desapareceu gradativamente, cedendo lugar a um tom normal .
Ela se casou jovem e viveu uma longa vida com sua família, filhos e marido em King’s Lynn, Norfolk.
Agnes Barre era sempre questionada sobre seu passado e de onde teria vindo. Mas tudo o que falava, só fazia aumentar o mistério sobre suas verdadeiras origens. Dentre as poucas coisas de que se recordava, havia o fato de que ela e o menino eram irmãos e que tinham vindo da “Terra de San Martin”, uma terra sem sol, onde o crepúsculo era eterno. Todos seus habitantes tinham a pele verde. Agnes Barre não foi capaz de localizar exatamente aonde ficava a sua terra natal. Entretanto, dizia que de onde morava era possível ver, bem ao longe, uma terra luminosa, que ela chamava de “Luminous”. Essa terra luminosa ficava depois de um rio que separava ambas as terras.
Desde menina, Agnes Barre sempre afirmou que se lembrava apenas de que estava cuidando do rebanho do pai e seguiu um animal até uma caverna, onde ela e o irmão ouviram um som alto, parecido com o som de sinos. Assim, atraídos pela curiosidade, vagaram na escuridão da caverna por um longo tempo até que acharam uma saída. De repente, eles ficaram cegos devido a um forte clarão de luz que os envolveu. No instante seguinte ela e o irmão caíram, misteriosamente, nas terras de Woolpit, cujo sol machucava seus olhos e as pessoas, de cores estranhas, olhavam para eles .


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