A experiência que fez a Terra "girar" diante dos olhos do público

Desde tempos antigos, a humanidade especula sobre o movimento da Terra. Filósofos como Aristarco de Samos, na Grécia Antiga, já propunham que a Terra girava sobre si mesma e orbitava o Sol. Essa ideia, à frente de seu tempo, era rejeitada porque levantava questões sem resposta:

"Se a Terra se move, por que não somos lançados para longe?"

Séculos depois, Nicolau Copérnico, em 1543, retomou o conceito heliocêntrico, afirmando que a Terra é apenas mais um planeta orbitando o Sol. Embora o modelo de Copérnico explicasse diversos fenômenos, faltavam provas diretas do movimento da Terra.

A confirmação definitiva da rotação veio apenas em 1851, com o físico francês Léon Foucault. Ele idealizou um experimento simples, mas revolucionário: um pêndulo que mostrava a rotação da Terra.

Foucault instalou um pêndulo monumental sob a cúpula do Panteão de Paris. O dispositivo consistia em:

Uma esfera metálica de 28 kg, presa a um fio de 67 metros.

Abaixo do pêndulo, uma fina camada de areia marcava os movimentos.

O pêndulo era posto em movimento e, por cerca de 6 horas, oscilava sem interrupção. A cada oscilação, ele cavava sulcos na areia, revelando que o plano de oscilação mudava constantemente. Essa mudança era um reflexo direto da rotação da Terra, e não de qualquer força no próprio pêndulo.

Mas o que o pêndulo de Foucault provou?

O deslocamento do plano de oscilação, cerca de 11° por hora em Paris, ocorre porque a Terra gira sob o pêndulo.

A taxa de rotação varia com a latitude:

- Nos polos, o plano gira completamente em 24 horas.

- No equador, não há rotação no plano de oscilação.

Esse experimento foi a primeira evidência visual e incontestável da rotação da Terra, permitindo que o público "observasse" nosso planeta em movimento.

Durante dois meses, multidões se reuniram no Panteão para testemunhar o fenômeno. A simplicidade e o impacto visual do experimento surpreendeu a muitos, popularizando ainda mais a ciência.

O pêndulo de Foucault, hoje reproduzido em museus ao redor do mundo, é um marco na história da ciência!